segunda-feira, 9 de maio de 2011

Aliança Luso-Britânica mas só quando lhes interessa!

Após o fim da negociação entre a TROIKA e o governo Português, o passo que se segue é a assinatura do protocolo por parte dos Países da União Europeia para que o dinheiro venha finalmente parar ás mãos Lusas e começarmos de uma vez por todas a organizar a nossa casa.

Como é do conhecimento geral, a Finlândia, através do terceiro mais importante partido actualmente do País Nórdico insurgiu-se contra este empréstimo, no entanto ao que parece este será mesmo aprovado pela maioria do parlamento Finlandês, indo assim contra a opinião desses que não o apoiam. Afinal de contas são apenas o terceiro partido mais representativo.

Quando tudo parecia bem encaminhado eis que surgem noticias que desta vez é o Reino Unido que parecem dispostas a complicar as coisas. Ao que deu a entender pelas ultimas noticias e pelos discursos de vários entendidos na matéria, os Países poucas alternativas tem senão honrar os seus compromissos e aprovarem o empréstimo mas no entanto estas vozes não deixam de ser um sinal claro de que algo vai mal na União Europeia e ao nível diplomático qualquer coisa se passa.

Seja como for e independentemente do que venha a acontecer, são os nossos "amigos" Britânicos de quem menos se podia esperar uma atitude destas, ou talvez não. Provavelmente ainda devem andar chateados pelas constantes humilhações que tem sofrido no futebol, ainda por cima desporto que eles dizem ser os criadores...

Agora mais a serio, como é possível ainda existir uma Aliança Luso-Britânica depois do que já aconteceu depois da sua formação?

Senão vejamos, a Aliança foi criada em 1373, é a mais antiga de sempre na história visto que mantém-se até aos dias de hoje. No entanto somente os Britânicos tem beneficiado com ela. Fomos vitimas de invasões Napoleónicas porque éramos aliados Ingleses, o maior inimigo de Napoleão. Depois durante os séculos XVII e XIX fomos dando sempre primazia aos nossos "amigos" tanto ao nível, económico, comercial e territorial, abdicando varias vezes em prol dos mesmos por eles se terem tornado nessa altura uma potencia maior que Portugal que até essas datas não o eram.

Mais tarde já em no século XX, depois do inicio da Primeira Grande Guerra, Portugal viu-se envolvido graças as ligações existentes entre os dois Países, quem era aliado de Franceses e Ingleses era inimigo Alemão. No entanto ainda no mesmo século, no ano de 1961 no mandato de Salazar, durante a ocupação da Índia Portuguesa (Goa, Damão e Diu) pela União Indiana, o Reino Unido limitou-se a mediar o conflito, nessa altura como não era para proveito próprio já não lhes interessava a dita Aliança. Mas em 1982 aquando da Guerra das Maldivas mais uma vez Portugal cedeu e colaborou, pondo a Base das Lajes nos Açores aos serviço da Marinha Real-Britânica.

Hoje em dia esta Aliança pouco importância tem graças aos dois Países serem membros da União Europeia e NATO, no entanto ficam as acções e a importância histórica da mesma. Deviam ser mais agradecidos e menos ingratos os nossos "amigos" Ingleses.

Espero sinceramente que isto não traga complicações e não passe de mera especulação, mas caso seja verdade e daí surjam consequências, se calhar o melhor é acabar com estas falsas Alianças!

4 comentários:

  1. Olá Hugo tudo bem?

    Só queria fazer um reparo que acho importante, concordo com a globalidade do teu post mas nós nas invasões francesas não fomos atacados por ser aliados dos ingleses, basta ver o que aconteceu a espanha mesmo aqui ao lado, ou a russia na outra ponta da europa digamos assim. Fomos porque Napoleão queria isolar a Inglaterra e para isso tinha de dominar toda a costa europeia, como todos sabemos nós temos muita costa para ocupar.

    Mas sim claro que o sermos aliado fez com que fossemos um povo a "abater", mas não só pela aliança.

    Grande abraço

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  2. Grande João;

    De facto é verdade aquilo a que te referes, o facto de Portugal estar localizado numa ponta da Europa torna-o por si só um alvo apetecivel e um ponto estrategico em qualquer situação.

    Onde eu quis chegar quando referi as invasões Napoleonicas foi no contexto das Alianças, se bem me lembro da história qual foi o apoio dado a Portugal na altura por parte dos Ingleses?

    No entanto e independentemente de ser verdade o que disseste o facto de sermos seus aliados por si só já era mais que suficiente para que Napoleão nos tentasse conquistar.

    Abraço

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  3. Hugo,

    Como sabes sou um apaixonado por este período em particular da nossa História.

    A contribuição Inglesa foi inestimável, embora com um preço elevado como mais à frente vou explicar.

    Porque digo eu que foi inestimável? Primeiro que tudo porque em termos de numero e equipamento não tínhamos força para resistirmos a napoleão sozinhos, aliás basta ver como a corte fugiu para o Brasil para vermos como nem sequer com o apoio britânico era provável que se conseguisse suster a 3º e ultima invasão, isto porque já haviam poucos reforços nas linhas britânicas e porque nos Portugueses, havia agora organização mas os números eram incrivelmente desencorajadores.

    Foi Arthur Wellesley, mais tarde Duque de Welligton e Marquês do Douro além de outros títulos que pela sua astucia e sorte incrível acabou por organizar primeiro a resistência em terras lusas, quase como a batalha de Stalingrad, até a expulsão das forças invasoras da península.

    Como sabemos os generais não ganham batalhas, mas ajudam a perder guerras e este não o fez, antes pelo contrário era um bom jogador de xadrez, pois na maioria das batalhas estava em inferioridade numérica no entanto nunca sofreu uma derrota que se pudesse chamar digna desse nome, sempre vendeu caro o que perdeu e muitas vezes eram mesmo empates técnicos se é que lhes podemos chamar isso, tinha também bons ajudantes de campos e soldados competentes os quais em grande numero se alistavam porque eram presos em terras Inglesas e lhes davam essa hipótese e claro, sempre era melhor arriscar a sorte cá fora que estar lá dentro. E como "quem luta pela vida luta sempre melhor que quem luta pela guita" eram capazes de atirar, recarregar e disparar de novo 3 vezes por minuto, enquanto que os franceses apenas conseguiam 2, além do superior alcance das suas armas comparadas com as dos franceses, temos por isso também a questão do material.

    Existem inúmeros relatos do como estes "aliados" foram imprescindíveis nas invasões, seja pelo que eu já contei seja porque nós apenas conseguíamos fazer uma leve oposição em termos de avanço apenas com tácticas de guerrilha, que aliás provocavam grande terror nos invasores que várias vezes relataram que Espanha foi um paraíso comparado com o terror que foi Portugal, rivalizando mesmo com o duro inverno Russo.

    Falando dos custos, Portugal teve de pagar a peso de ouro toda esta "ajuda", sendo que um dos pagamentos foi ficarmos sem o Douro digamos assim. Ficarmos com o país em ruínas e uma população dizimada como acontece em todos os conflitos armados.

    Assim sendo, sim acho que a ajuda deles foi decisiva pois nunca teríamos a capacidade de resistir, mas também tinham essa "obrigação" mais que não fosse moral de ajudar pois apenas estávamos a proteger o que também era deles, aí sim vamos voltar à nossa conversa, aliados sim, mas só para o que convém. Mas agora deixo este pensamento no "ar", não será sempre assim? Penso que todas as alianças são feitas com o intuito de o país mais forte obter algo que precisa do mais pequeno e do mais pequeno se proteger contra outros mais maiores, atenção maiores e pequenos em termos de poder e capacidade militar não em termos de tamanho.

    O tratado foi feito num tempo que Portugal era poderoso por si só, que devido à sua posição geográfica era um aliado de peso e também pela sua riqueza, em 1800's já não era assim, já muito tinha sido perdido em loucuras governativas, onde será que já vi isso, e apenas interessava pela posição geográfica...

    Hoje em dia? Quase me arrisco a dizer que nem sei

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  4. Grande João;

    Antes demais obrigado mais uma vez pela participação.

    De facto não tinha conhecimento de algumas coisas que mencionaste no texto. Concordo contigo em tudo o que disseste, de facto estas alianças tem sempre um proposito, favorecer quem é mais forte em troca da protecção ao mais fraco. No entanto continou a pensar que as coisas podiam ser de outra forma, que as alianças deviam servir para ambos os lados e ambos recolherem dividendos disso.

    Abraço

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