quarta-feira, 20 de julho de 2011

Portugueses sem casa...

Como é do conhecimento geral os Portugueses cada vez mais sentem dificuldades em pagar as suas obrigações, não é de agora e já vem de algum tempo para cá. Sabido é também que um dos mais graves problemas que afecta as famílias é as prestações elevadas dos imóveis, os juros continuam a aumentar, os spreed's ficam mais altos, os financiamentos mais complicados e as renegociações quase impossíveis.

Graças a tudo isto, deparei-me hoje com a noticia que dava conta do aumento das casas devolvidas aos bancos, a cada dia que passa surgem mais noticias que dão conta de acontecimentos destes. Com isto, temos a clara imagem do que acontece no nosso país, os Portugueses ficam sem casa e os bancos enriquecem o seu património imobiliário.

Em muitos casos, e ao que consegui apurar, esse mesmos imóveis são vendidos por um preço inferior ao seu valor de mercado, ou seja, muitas vezes o banco limita-se a vender a casa/andar pelo valor que ficou em divida pelo seu anterior proprietário. Resumindo e pelo que me dá a perceber, os Portugueses que optam por esta opção perdem dinheiro duas vezes e ficam naturalmente sem casa, isto porque todo o dinheiro amortizado durante os anos em que conseguiram cumprir as suas obrigações é perdido e alem disso não recebem nada pela entrega da propriedade a entidade bancária.

Claro que as opções são poucas e quando a situação aperta as soluções são mais difíceis de encontrar. Eu próprio já passei por uma situação complicada onde quis fazer uma renegociação de créditos, não me foi permitido e ainda não consegui perceber porquê.

Quando temos dois créditos no mesmo banco, se nunca falhamos com qualquer prestação nem obrigação e atravessamos por algum tipo de dificuldade, o banco devia ter isso em conta e oferecer condições para que os clientes continuem a cumprir e não chegar ao ponto de entregar as casas.

Não me parece que seja conveniente para o banco ficar com imóveis, pois nada garante que os consiga vender, no entanto se der condições e soluções aos clientes que as procuram provavelmente ficariam a ganhar. Se não vejamos: No caso de um cliente que têm dois créditos, um habitação e outro pessoal por exemplo com prestações independentes, se um cliente pede para juntar os dois créditos não consigo perceber o porquê de o banco na maioria dos casos recusar alegando que o risco não o permite e que só financia X% do valor da avaliação do imóvel... 

Agora eu pergunto: Se o cliente deve aquele valor pelos dois créditos, se não está a pedir mais dinheiro nenhum, se a única alteração que está a fazer é em prejuízo do próprio, porque normalmente junta-se o pessoal que é pago em 8 anos ao habitação que é pago em 40, e neste caso vai pagar mais 32 anos de juros do credito pessoal, porque é que o banco tem de levar o novo contracto para analise de risco e vêm recusado ou não é viável? Não estão a perder dinheiro a meu ver.

Chega-se a conclusão que os bancos preferem prejudicar deliberadamente as pessoas, quanto menos precisarmos deles melhor. Neste caso não entendo também o porquê de o Governo não ter mãos nisto, afinal de contas e independentemente de a maioria dos bancos serem privados, o estado pode e deve ter uma palavra a dizer.

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